Imigração

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Canadá, A Nova América

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Disputa de talentos

Paraná-Online
04/04/2008

A expulsão não justificada e nem justificável de brasileiros do território espanhol, muitos deles apenas de passagem em viagens culturais, de serviço ou turísticas, tendo outros destinos finais, desencadeou não só retaliações. Espanhóis, e visitantes de outras nacionalidades que não preenchiam as condições legais para aportar no Brasil, também foram expulsos. E, a bem da verdade, houve predisposição para dar o troco na Espanha, com algumas expulsões mais explicáveis como retaliação mesmo. Há entendimentos diplomáticos e até uma possível solução definitiva para o Empasse já foi anunciada, após contatos tanto diretos entre os presidentes dos dois países, como de seus ministros de Relações Exteriores e outros níveis diplomáticos.
Estes acontecimentos trouxeram a lume o fato de que há, no mundo desenvolvido, verdadeira ojeriza contra a imigração ilegal, movimentação de que os brasileiros são velhos e numerosos fregueses. O motivo tem origem no preconceito e, principalmente, na falta de emprego. Enquanto certos países careciam de mão-de-obra extensivamente, houve pouca atenção aos ilegais. Na medida em que começaram a enfrentar o desemprego, suas autoridades endureceram e passaram a tomar medidas extremas para evitar a imigração ilegal. Nos Estados Unidos, fronteira com o México, por onde entra a maior parte dos ilegais sul-americanos, chegaram a erigir uma barreira, uma espécie de muro como o que existiu por tantos anos em Berlim. Ilegais foram presos, processados, expulsos e muitos ainda penam nas penitenciárias norte-americanas. Na Inglaterra multiplicam-se as ações de repúdio ao ingresso de estrangeiros e o mesmo vem acontecendo inclusive na Austrália e Canadá, países sempre abertos à imigração por seus amplos territórios e pequena população.
Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália barraram nas suas fronteiras ou deportaram, em 2006, 1,3 milhão de “indesejáveis”. Mas há o outro lado da moeda. Esses países desenvolvidos também procuram e bem recebem imigrantes qualificados. No mesmo ano, receberam de braços abertos 155 mil imigrantes qualificados.
Também em 2006, o Reino Unido devolveu 97 mil pessoas e recebeu cerca de 20 mil imigrantes altamente qualificados através de um programa especial que leva em conta as habilitações dos ingressantes e as necessidades do mercado de trabalho local, suas necessidades para pesquisas e outras atribuições muito valorizadas.
A especialista em imigração Jeanne Batalova, do Migration Policy Institute, com sede nos Estados Unidos, explica que os países desenvolvidos estimulam a imigração de alto nível para satisfazer a demanda de suas economias e não ficar para trás na corrida por talentos que acontece em nível global. “O principal desafio para a Grã-Bretanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos e outros países que recebem imigrantes é se certificar de que os estrangeiros irão se integrar aos mercados de trabalho nacionais e que seus talentos não serão desperdiçados pelos empregadores”, declarou Batalova.
A Grã-Bretanha e a Austrália acabam de montar novas versões de seus programas de aceitação de imigrantes de alto nível, dividindo-os por pontos que representam vantagens tendentes a facilitar a aceitação. Essa procura por imigrantes de “alto nível” e a rejeição, a qualquer preço, inclusive a arbitrariedade, de imigrantes e até visitantes que se enquadram perfeitamente em suas exigências legais, faz com que os países desenvolvidos lancem sobre países como o Brasil um desafio. Ao tempo em que nos humilham com as expulsões desarrazoadas, roubam-nos os melhores talentos, pois é certo que, no Brasil, ou não oferecem oportunidades para cientistas, especialistas e profissionais altamente gabaritados ou, se oferecem, os salários são tão baixos que muitos preferem fazer faxina ou lavar pratos nas nações desenvolvidas.
Essa disputa por cérebros, tanto quanto as desaforadas detenções e prisões de brasileiros no exterior, deve chamar as atenções de nossas autoridades. Somos um país subdesenvolvido ou, no máximo, em desenvolvimento. E, como tal, não podemos nos dar ao luxo de perder talentos.

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